segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Início do Fim

Não me sinto normal.

Definitivamente, não sou só mais uma na multidão. Nunca passei despercebida. Menina de opiniões fortes, que não tem medo de se expor. Eu costumava ser muito segura.

Me sinto vulnerável, me sinto rebaixada. Sinto isso desde o dia em que o fantasma da gordura apareceu. Ele anda de mãos dadas com o fantasma da loucura, ao menos para mim.

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Não é uma promessa, não é um contrato. Esse blog é um projeto. Talvez uma janela para que eu venha e me distraia, enganar o estômago.
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Hoje eu decidi que vou abraçar novamente a Ana. Eu tenho escapado muito do ideal desde que comecei a ter problemas no trabalho. Comer DOIS CUPCAKES NUM DIA, definitivamente, não é normal! Eu me sinto imperfeita, suja por dentro. Pecadora.
Faço hoje o jejum de penitência. Se a fome me importunar hoje, tomo meia dúzia de comprimidos e só acordo amanhã. Quero me limpar por dentro. Quero secar. Quero me sentir pura novamente.
Se, até umas 17 horas, eu conseguir me controlar bem, vou andar até o supermercado (cerca de 1km de ida e 1km de volta) e comprar broto de alfafa, manga, kiwi, alface, cebola e lentilhas. Essa será minha refeição de hoje e provavelmente de amanhã também. Sem sal nem gordura. Cruas, só a lentilha cozida. É o suficiente.
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Quero beber água mas não consigo. Sinto nojo de engolir qualquer coisa. Quase vomitei minhas vitaminas em cápsulas hoje de manhã. Faltam apenas umas 4 horas para que eu me permita fazer uma refeição. E então faltará pouco para eu ir dormir e o dia ter sido um sucesso.
Não é fácil. Não é difícil. É apenas POSSÍVEL.
Vai doer e às vezes eu terei que me machucar.
Mas, no final, vai ter valido a pena.
Eu vou ser forte.
Eu vou manter a disciplina e as restrições.
E, um dia, olharei satirfeita a minha obra no espelho.
Eu já não me importo com o julgamento dos outros.
Que sabem os outros de mim?
Não importa o quanto apurem a visão, verão apenas a superfície.
Não querem ver o fundo, têm medo.
Não me nivelo pela opinião dos outros, por que o deveria?
Eu sei do que eu sou capaz, do que já passei.
Eu sei dos meus sonhos.
Eu sei o que é a perfeição e que ela exige um preço.
E sei que estou disposta a pagar esse preço.

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